Mais de 300 pessoas, entre lideranças públicas e empresariais, prestigiaram a primeira edição do Jantar de Ideias, promovido na noite desta quarta-feira, 14 de setembro, no restaurante Porto Franco, em Botuverá. O evento contou com a palestra do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), Fernando Pimentel, que apontou as perspectivas econômicas para o setor. Realizado pela Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr), em parceria com o Núcleo de Empresários de Botuverá, o 1º Jantar de Ideias superou as expectativas em termos de organização e de público.
“Botuverá é uma cidade pujante e de um povo ordeiro que, na noite de hoje, recebeu da melhor forma o presidente da ABIT, Fernando Pimentel, alguém com muita qualificação, que conhece a cadeia têxtil e que mantém um trânsito importante no cenário político nacional. Ele compartilhou com um grande número de empresários a sua perspectiva para o setor e este conhecimento é fundamental para quem movimenta a economia ao gerar emprego e renda”, disse a presidente da ACIBr, Rita Cassia Conti.
O coordenador do Núcleo de Empresários de Botuverá, Edson Rubem Muller (Pipoca), também comemorou o sucesso do 1º Jantar de Ideias. “Um evento desta magnitude é um presente para Botuverá, embora tenhamos recebido também pessoas de Brusque, Guabiruba, Gaspar e Blumenau. Isso demonstra a união do associativismo e as inovações que surgem a partir do trabalho em conjunto”, destaca.
Em sua explanação, o prefeito de Botuverá, Moacir Merízio, enalteceu a parceria público-privada: uma relação que se fortaleceu ao longo dos anos e que só trouxe benefícios à cidade. “É o caso da Barragem de Botuverá e da Subestação da Celesc, que será instalada no município. Nossas empresas não têm energia para crescer e o projeto só saiu do papel depois de muita insistência e trabalho. A parceria firmada com a ACIBr e com o Núcleo de Empresários traz frutos, não apenas para Botuverá, mas para toda a região”, avalia o prefeito.
Protagonista do crescimento
O presidente da ABIT, Fernando Pimentel, tranquilizou os empresários diante da tensão de se atravessar mais um período de eleição nacional. “Democracia é isso: a cada quatro anos vamos eleger presidente, deputados, senadores, governadores… Quem vive na democracia deve estar preparado para um ambiente em que ocorrem mudanças dentro de um período determinado”, afirma.
Para o fechamento deste segundo semestre, a projeção econômica compartilhada por Pimentel aponta para o “razoável otimismo”. Segundo ele, os primeiros meses de 2022 foram duros para a indústria têxtil e de confecção. Além do aumento de custos, o varejo fez o ajuste de estoque que, por consequência, diminuiu o número de pedidos nas fábricas. “No segundo semestre já vemos as curvas da indústria e do comércio andando concomitantemente. Nosso setor tem um vínculo direto com o crescimento do PIB e com a geração de emprego. Há, neste momento, um estímulo maior para as pessoas consumirem determinadas categorias de produtos que, eventualmente, não consumiriam. No entanto, a renda média ainda está impactada pela inflação e isso afeta a capacidade de consumir mais”, explica Pimentel.
De acordo com o presidente da ABIT, o Brasil tem uma oportunidade ímpar diante do cenário internacional, especialmente pelos investimentos em inovação da cadeia têxtil e pelo avanço em medidas de sustentabilidade. “Vai depender do brasileiro ter competência e capacidade de transformar essas potencialidades em resultados concretos. Não podemos crescer menos do que 3 a 4% por ano. Assim, cabe ao setor privado apresentar propostas e interagir com o poder público. Vamos caminhar para um Brasil no qual a indústria têxtil e de confecção é a portadora do futuro e protagonista relevante desta agenda de crescimento”, esclarece.
Impacto da crise internacional
O presidente da ABIT informou que a crise internacional afetou o custo da lavoura de algodão, matéria prima do setor. Porém, segundo ele, ainda que haja uma ameaça de falta de suprimentos ou questões relacionadas ao frete, é maior a oportunidade de desenvolvimento econômico pela mudança do quadro geopolítico. “O Brasil tem capacidade e ativos suficientes para us
ufruir de um pedaço desta mudança. Mas o mundo está difícil, incerto e não linear. Não são tempos de calmaria e, sim, cenários de muita complexidade. O horizonte é favorável pela energia, alimento e biodiversidade que, se bem explorados, colocariam o país na trajetória do desenvolvimento sustentável”, pontua Pimentel.