O bairro Dom Joaquim, em Brusque, tem apresentado um crescimento demográfico exponencial durante as últimas décadas. Se por um lado o número de residências e empreendimentos cresce constantemente, a capacidade do sistema de abastecimento de água tratada acabou não acompanhando o desenvolvimento, tornando-se subdimensionado nos últimos anos.
A Estação de Tratamento de Água (ETA) existente na localidade, apesar de operar na sua capacidade máxima, já não era capaz de abastecer com eficácia este, que se tornou um dos principais bairros do município.
De acordo com Eduardo Fernandes, diretor de Expansão do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Brusque, o sistema de Dom Joaquim distribuía, em média, 25 metros cúbicos de água por hora. Todavia, durante os picos de consumo, a demanda era superior a 50 metros cúbicos por hora. Isso acabava representando um esvaziamento constante dos reservatórios do bairro.
Com a finalização da expansão de rede iniciada no dia 29 de abril de 2021, a autarquia, agora, realizou a transposição do abastecimento para a região. Em termos práticos, ao invés de receber água da ETA Dom Joaquim, o bairro agora é abastecido, em sua grande maioria – cerca de 75% – com água proveniente da Estação de Tratamento de Água (ETA) Central, que possui capacidade extremamente superior de tratamento. Isso representa um alívio para a ETA Dom Joaquim, que agora passa a distribuir, em média, apenas 10 metros cúbicos de água tratada por hora.
“Agora, com essa nova realidade, os reservatórios não irão secar em dias de grande consumo como sábados e domingos, pois, agora, a maior parte do bairro recebe água do Centro”, enfatiza Eduardo.
Segurança hídrica
Outro fator preponderante apontado pelo diretor de Expansão, que é engenheiro sanitarista, é a segurança hídrica. A ETA Dom Joaquim, que agora passa a funcionar como um suporte para a região, funciona com água bruta de um ribeirão. Em períodos de estiagem, esta fonte, por oferecer menos água, acabava trazendo grande insegurança para o abastecimento da localidade.
“Diferente da ETA Central, que capta água do rio Itajaí Mirim, que é o maior rio do município e que tem água em abundância. Em nenhuma situação terá falta d’água por indisponibilidade hídrica. Mesmo em épocas de estiagem, temos água que sobra para a produção da nossa ETA Central”, acrescenta Fernandes.
A população do bairro Dom Joaquim também sentirá melhora na qualidade do abastecimento. A ETA do bairro utiliza um sistema simplificado de filtração. Apesar de eficaz, trata-se de uma tecnologia limitada.
“Tanto é que quando temos altos índices de precipitação, a turbidez da água bruta fica bem crítica. Várias vezes o sistema de produção tinha de ser fechado, pois como é mais simples, o tratamento não aguenta a qualidade da água bruta. E para não entregar água de má qualidade à população, recorrentemente o sistema de Dom Joaquim era fechado”, pontua o diretor de Expansão.
O contrário ocorre na ETA Central, que possui um sistema de tratamento muito mais avançado e completo, inclusive com a operação de unidades de pré-sedimentação e decantação, além da filtração, que diminuem a carga de sólidos na água bruta em episódios de alta turbidez. “Além de melhorar o abastecimento no local, temos a grande vantagem da segurança hídrica e a melhor qualidade da água”, finaliza.
A atuação do Samae Brusque no Dom Joaquim não para por aí. A ideia é, a partir de agora, realizar estudos para aumentar a transposição e, consequentemente, o número de unidades abastecidas com água da ETA Central.