Neste sábado, 18, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil e Dia de Monteiro Lobato. A data também é reservada para o Dia do Amigo. Num universo tão amplo de possibilidades, o livro é sempre uma boa companhia, principalmente em tempos de pandemia.
O distanciamento social criou desafios para superar aspectos da quarentena. No caso das crianças, a suspensão das atividades escolares e dos centros de educação infantil, fez quem os pais e tutores responsáveis tenham que inovar na hora de brincar e lidar com o ensino dos menores.
A bibliotecária brusquense, Suzana Mafra, concedeu entrevista ao vivo no Programa Da Hora para comentar sobre a importância da leitura ao público infantil.
“Este é um período diferente que a gente vive, inédito; estamos invadidos por diversas mídias e também pode ser aproveitado para novos conhecimentos e hoje pela data eu recomendo a leitura do Monteiro Lobato”, destacou.
Suzana enfatizou que o conhecimento do público em geral das obras de Lobato é muito ligado aos conteúdos televisivos, com releituras da obra do escritor, considerado o maior autor nacional da literatura infantil. Porém, Suzana recomenda o toque e o envolvimento das crianças com os livros.
“Ainda sim recomendo aos pais e a famílias que busquem pelo menos um livro do Lobato, e apresentem aos seus filhos. Ele foi um autor que viveu bastante e teve tempo de rever em vida toda a sua obra – principalmente a infantil”, destacou.
De acordo com a escritora, o acesso das obras é possível através da internet e na própria Biblioteca Pública Ary Cabral.
“Como estaria Monteiro Lobato, com este coração enorme pelo Brasil e pelas crianças no dia de hoje, diante deste tempo; ele foi um amigo do nosso país e teria muito o que dizer neste momento”, ressaltou.
Sobre o contato com a leitura, Suzana comentou que é importante inserir na vida dos filhos e utilizar de momentos distintos para apresentar obras literárias, que ajudam no desenvolvimento das crianças.
“Vejo que os pais buscam orientar os filhos, mas o sistema, como está estruturado, essa velocidade toda, fica um pouco complicado, porém, é preciso apresentar a leitura pois a criança vai absorver aquilo que ela está pronta (os pais e professores são pontes) ”, explicou.
Sobre o catálogo de obras literárias infantis, Suzana chamou atenção para obras que tenham conteúdo didático.
“Nós vivemos um momento de editoras de livros nunca vistos, somos tentados a comprar pela capa (o design evoluiu), então penso que livro é investimento e acho que a criança menor brinca, hoje é um objeto de decoração e não mais aquele objeto de guardar. Não deve ser mais um bem permanente e sim consumido, estar próximo”, ponderou.
Suzana é autora dos livros Borboletras: poemas curtos que voam, pela Editora da UFSC, e e50 crônicas escolhidas, ambos pela Design Editora. Em 2010, ganhou o Primeiro lugar no concurso OFF FLIP poesia e recebeu menção honrosa no Prêmio Hernâni Cidade, de Portugal. Atua como bibliotecária na Biblioteca Pública de Brusque, onde desenvolve projetos de incentivo à leitura. Para as crianças, publicou o livro O Anjo Avoado, em parceria com a ilustradora Márcia Cardeal, pela editora Nova Letra.