O Secretário Municipal de Saúde, Humberto Martins Fornari, concedeu entrevista ao Jornal da Diplomata na manhã deste sábado, 11. Conforme Fornari, os números em Brusque apresentam bons indicadores, porém, o abrandamento da quarentena com a volta de alguns setores econômicos traz preocupações. Segundo o último boletim da Vigilância em Saúde do município, 16 casos foram confirmados em Brusque. Outros seis estão aguardando resultados e 327 pessoas continuam sendo monitoradas em suas residências.
“Temos que pensar em outros manejos e comportamentos porque a nossa população já está dando uma demonstração de não aguentar mais o isolamento”, frisou.
Com o gradativo aumento da circulação de pessoas, muitos fatores estão em análise. Segundo Humberto, a média dos pacientes confirmados com a Covid-19 é na faixa-etária entre 25 e 55 anos de idade. A constatação é que o referido público representa mais de 80% do quadro de pacientes.
“A gente esperava mais pessoas idosas procurando pelos serviços, mas, eles estão de maneira bastante rígida seguindo as orientações, diferente dos jovens e adultos médios”, disse Humberto.
Sobre o recém-nascido de três meses de idade diagnosticado com a Covid-19, o secretário trouxe um alerta:
“A gente faz um apelo para que os pais, tios e avós, tomem cuidados com máscara e não saiam dando beijo. Apesar de ser uma doença que não traz uma gravidade muito grande para essa faixa-etária a gente entende que eles são muito frágeis”, explicou.
A respeito do paciente recém-nascido, a criança foi contagiada através do próprio pai – ambos estão sendo monitorados e passam bem.
A queda do isolamento já é uma realidade constatada pela Vigilância em Saúde e de acordo com Fornari atingiu o pico máximo entre os dias 28 e 4 de abril, em virtude dos decretos de suspensão das atividades de um modo em geral.
“Foi de 72%, que a gente conseguiu alcançar e hoje temos 45%, que estão fazendo o chamado isolamento. Se as pessoas querem voltar, podemos fazer essa transição, todavia, devemos fazer com regras estabelecidas”, frisou.
Dentro da retomada, Fornari enfatizou que caberá aos estabelecimentos comerciais definirem os sistemas de atendimentos seguros.
“Queremos mostrar que é possível no paralelo entre saúde e economia, de mãos dadas, de maneira organizada, sem trazer prejuízos à saúde pública”, comentou.
Com a possível volta do comércio e de prestações – e do serviço público, a movimentação de pessoas será maior e isso cria um novo alerta para o aumento dos casos, chamada de segunda onda.
“Do ponto de vista de saúde pública nós estamos preparados para no mínimo triplicar o número de atendimentos”, frisou o secretário.
O quantitativo de casos também foi alvo da entrevista, que pelo sistema público não tem conseguido computar o número de pessoas curadas. Isso se deve as limitações do equipamentos de testes.
“Se a gente colocar os casos subnotificados juntamente com os pacientes que tivemos confirmados o número passa de mil casos, infelizmente estamos com dificuldade de insumos para os testes – do ponto vista logístico não vamos gastar os testes rápidos para confirmação da cura”, explicou.
“Estamos preservando o pequeno número com o paciente que esteja contaminado – essa é uma recomendação do Ministério da Saúde. Para nos isso é preocupante, porque aumentaríamos muito o número de casos e diminuíramos os casos de doenças graves”, complementou.
“Nossa performance de cura se dá a nível clínico e não laboratorial”, explica.
Sobre os sintomas da Covid-19, o secretário de saúde destacou que os pacientes se diferenciam pela forte indisposição.
“Todos os relatos de pacientes de nível médio à grave relataram uma indisposição, Intensidade de dor e deixar o paciente moído na cama, que está se mostrando com uma caraterística importante dos demais casos de gripes e resfriados”, comentou.