Os desertos e cadeias de montanhas dos Estados Unidos, no Arizona, levaram a dupla brasileira de ciclismo Bado e Cleyton enfrentar seus próprios limites, desde a largada em Oceanside, Califórnia – no último sábado. A dupla compete no temido RAAM – Race Across América, que atravessa 12 estados norte-americanos, com a chegada em Annapolis, Maryland, pela rota oeste ao leste americano.
Já repercutimos algumas matérias sobre o desempenho da team, formado por brasileiros – entre eles dois brusquenses: Cleyton Anderson, com o apoio/staff de Odirlei Dell’Agnolo, conhecido como “Bah”.
A última utilização vinda da terra do “Tio Sam”, é de superação, que tomou conta da equipe. O atleta Cleyton vinha apresentando crise de desidratação desde o desempenho do primeiro dia, com pensamentos até de desistência.
O companheiro de team, Bado, buscou fazer o esforço extra, como destacou Bah em nota.
“Encarou pedalar durante 9 horas seguidas no segundo dia e 8 horas no terceiro dia para que o Cleyton pudesse descansar e se medicar”, explicou.
Do terceiro para o quarto dia, as três das piores montanhas do trajeto colocaram Cleyton à prova, ainda sob efeitos da desidratação.
“Eis que coube a ele, o cara que estava sem condições, fazer o trabalho de escalar boa parte da pior montanha e o final da última grande montanha. Impossível descrever a chegada dele ao cume dessa última grande montanha, sob o efeito de uma carga enorme de esforço, visível para qualquer um de nós que estava com ele dando suporte”, complementa o relato do Staff. No cume da montanha, entre as últimas pedalas, a equipe foi tomada por emoção e choro.
A equipe segue em direção ao trajeto final, para concluir 5 mim km total de prova.
A história de Cleyton – Estudou no Colégio Cônsul Carlos Renaux e teve as primeiras experiências nas aulas de atletismo. Como estudante participou de jogos escolares e competições municipais.
“Apesar de na época ser tudo ainda no circuito amador foi uma época muito bacana na minha vida”, lembrou o atleta.
O esporte na vida de Kleiton teve continuidade num momento pessoal de superação após a perda da mãe, quando voltou a se dedicar através de maratonas/ultramarontas, triatlhon e novamente no ciclismo – com provas de longas distâncias.
“Hoje estamos aqui na prova mais difícil do ciclismo mundial, mas nunca esqueci da minha base – um abraço ao professor Rogério por tudo o que ele fez por mim lá trás”, frisou Cleiton.
