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quinta-feira, dezembro 26, 2024
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Ciclo de palestra Cores da História supera expectativa de público

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O projeto “Cores da História – Contribuições afrodescendentes em Brusque”, premiado pelo edital 03/2023 da Fundação Cultural de Brusque, através da Lei Paulo Gustavo, encerrou suas atividades em novembro com um público muito superior ao previsto. Com coordenação geral do produtor cultural Celso Guilherme Iunceck Deucher e palestras ministradas pelo historiador Celso Deucher, o ciclo de palestras atingiu mais de 900 alunos e professores, triplicando a estimativa inicial de 300 participantes.

As atividades foram realizadas em 11 escolas públicas municipais, estaduais e privadas, totalizando 12 palestras de 90 minutos. O conteúdo incluiu apresentações de 70 minutos e 20 minutos de debates interativos. Além das palestras, o projeto contou com 10 videoaulas personalizadas, produzidas pela Deucher Filmes, e tradução simultânea em Libras de José Luis Rodrigues do Rosário.

O projeto destacou as contribuições culturais, sociais e históricas da comunidade afrodescendente em Brusque, apresentando histórias de famílias pioneiras, como os Fortunato, Ginoca, Cipriano, Ramos, “Casqueiro”, entre outras. As crônicas abordaram episódios marcantes, como a saga do casal de escravizados Garcia e Maria, que fugiram da escravidão em Desterro em 1769, e histórias de personagens emblemáticos como Francelino Fortunato, garoto de recados do barão Maximilian von Schneeburg e de Arthur Fortunato, o único pracinha negro brusquense na Segunda Guerra Mundial, e ainda do negro Florentin, conhecido contador de histórias e de “tio Manoel”, promotor dos bailes de preto em Brusque.

A trajetória dos afrodescendentes também foi retratada através de temas como as senzalas existentes na região, os canoeiros negros do Itajaí-Mirim e as práticas culturais, como benzimentos e culinária de origem africana, que hoje fazem parte da vida da cidade. Documentos históricos sobre escravizados em Brusque foram analisados e mostrados aos participantes, enriquecendo o aprendizado.

Outro destaque foi a abordagem sobre as levas migratórias que moldaram a população afrodescendente de Brusque, atualmente representando cerca de 32% da cidade. O historiador Celso Deucher explorou a chegada dos “VIP” (Vim do Interior do Paraná), dos migrantes do oeste catarinense e as sucessivas levas de migrantes baianos, nortistas e nordestinos, ressaltando as influências sociais, culturais e econômicas trazidas por esses grupos.

Segundo o historiador Celso Deucher, o projeto Cores da História não apenas superou expectativas em termos de público, mas também cumpriu seu papel ao aprofundar a compreensão sobre as raízes afrodescendentes de Brusque. “Conseguimos promover um diálogo enriquecedor entre história e sociedade, através dos alunos e professores que assistiram e participaram dos debates nas escolas que receberam o evento”, afirma Deucher.

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