Em março de 2024, a cesta básica da cidade de Brusque custou R$ 645,58, tendo
registrado uma queda de -1,34% em relação ao mês anterior. A queda do preço registrada na cidade acompanha o movimento verificado em sete capitais das 17 pesquisadas pelo DIEESE, sendo que os aumentos mais expressivos foram observados em: Rio de Janeiro (-2,47%), Porto Alegre (-2,43%), Campo Grande (-2,43%) e Belo Horizonte (-2,06%).
Nas demais capitais foram registradas elevações em relação a fevereiro, sendo que os
maiores aumentos foram verificados em: Recife (5,81%), Fortaleza (5,66%), Natal
(4,49%) e Aracaju (3,90%).
Em março de 2024, o trabalhador de Brusque, remunerado pelo salário-mínimo
de R$ 1.412,00, se considerarmos o salário-mínimo líquido (R$ 1.306,10), após o
desconto de 7,5% da Previdência Social, precisou comprometer 49,43% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês.
Entre os itens da cesta, os produtos que registraram queda de preço foram: batata
(-23,20%), óleo (-7,24%), arroz (-4,94%), farinha de trigo (-3,23%), pão (-2,47%), carne
(-1,38%), feijão (-0,11%). Os itens que tiveram aumento são: banana (9,60%), tomate
(7,21%), café (5,29%), leite (0,26%), manteiga (0,03%). O preço do açúcar se manteve
estável em relação ao mês anterior.
Com base na cesta mais cara, que, em março, foi a de São Paulo, e levando em
consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário-mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário-mínimo necessário. Em março de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.832,20 ou 4,84 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.412,00.
Em fevereiro, o valor necessário era de R$ 6.996,36, e correspondeu a 4,95 vezes o piso mínimo. Em março de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.571,52 ou 5,05 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.302,00.
Cesta x salário mínimo (Brusque)
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica em Brusque
passou de 101 horas e 57 minutos, em fevereiro de 2024, para 100 horas e 35 minutos em março de 2024.
Quando se compara o custo da cesta e o salário-mínimo líquido, ou seja, após o
desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador
remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em março de 2024, 49,43% do rendimento líquido para adquirir os produtos alimentícios básicos.
Comportamento dos preços dos produtos da cesta
O preço do óleo de soja recuou em todas as 17 capitais entre fevereiro e março.
As retrações oscilaram entre -8,18%, em Aracaju, e -0,26%, em Recife. Em 12
meses, todas as cidades acumularam redução, com destaque para Vitória
(-2,46%), Florianópolis (-28,05%) e Campo Grande (-26,02%). Mesmo com a
demanda firme por óleo de soja, o excesso de oferta do grão fez cair as cotações
na maior parte do mês.
No varejo, o preço do óleo seguiu em queda.
O preço do quilo da batata baixou em todas as capitais da região Centro-Sul, onde
o tubérculo é pesquisado. As variações oscilaram entre -24,22%, em Campo
Grande, e -8,18%, em Vitória. Em 12 meses, todas as cidades tiveram elevação
de preço, com destaque para Porto Alegre (72,71%), Florianópolis (72,16%), Rio
de Janeiro (70,47%) e Campo Grande (63,68%). A redução pode ser explicada
pelo aumento da oferta, causado pelo atraso no plantio, devido ao excesso de
chuvas. Depois, com a diminuição das chuvas, houve melhora na produtividade.
Entre fevereiro e março, o preço médio do arroz diminuiu em 13 capitais. As
variações oscilaram entre -7,20%, em Porto Alegre, e -0,15%, em Fortaleza. As
altas ocorreram em Belém (2,57%), Recife (2,33%) e Florianópolis (1,39%). Em
12 meses, todas as cidades tiveram elevação de preço, as maiores em Goiânia
(40,46%) e São Paulo (35,50%). As cotações caíram devido ao avanço da colheita
e à importação do grão, que superou as exportações.
O valor do quilo da carne bovina de primeira diminuiu em 13 cidades. As
reduções mais importantes foram registradas em João Pessoa (-5,77%), Vitória
(-2,10%), Belo Horizonte (-1,97%), Rio de Janeiro (-1,85%) e Fortaleza (-1,71%).
As altas ocorreram em Florianópolis (4,01%), Aracaju (2,33%), Natal (1,54%) e
Campo Grande (0,37%). Em 12 meses, todas as cidades pesquisadas tiveram
queda de preço, com destaque para Natal (-10,41%) e Goiânia
(-10,11%). O menor volume exportado e a maior oferta de carne explicaram a
queda no varejo.
• Houve elevação do preço da banana em 15 das 17 capitais onde a fruta é
pesquisada. A coleta abrange os tipos prata e nanica. Entre fevereiro e março, os
aumentos oscilaram entre 0,86%, no Rio de Janeiro, e 8,77%, em Natal. As
reduções ocorreram em Campo Grande (-6,25%) e Belo Horizonte (-5,75%). Em
12 meses, o preço da fruta acumulou alta em todas as cidades e chegou a 70,13%
em Belo Horizonte. Com menor nível de oferta dos dois tipos, o preço no varejo
subiu. A maior demanda e a menor oferta elevaram o preço.
O preço comercializado do tomate subiu, entre fevereiro e março, em 14 capitais,
com destaque para as taxas verificadas em Fortaleza (51,54%), João Pessoa
(41,10%), Recife (39,68%) e Natal (34,80%). Houve redução do valor em Porto Alegre (-6,78%), Rio de Janeiro (-2,81%) e Belém (-2,42%).
Em 12 meses, o preço aumentou em todas as cidades e as taxas oscilaram entre 6,96%, em Belém, e 40,40%, em Florianópolis. A instabilidade climática, devido ao excesso de calor e às chuvas intensas, teve impacto na oferta e, no varejo, houve aumento ainda em março.
• O custo do quilo do café em pó subiu em 12 capitais. Destacam-se as variações
de Curitiba (3,81%), Rio de Janeiro (3,09%), Fortaleza (2,78%) e João Pessoa
(2,74%). Entre as localidades com quedas nos preços, a mais expressiva ocorreu
em Porto Alegre (-3,76%).
Em 12 meses, o preço médio caiu em 11 cidades, com variações que oscilaram entre -14,92%, em Porto Alegre, e -2,27%, em São Paulo. As maiores altas acumuladas foram anotadas em Fortaleza (2,78%) e Aracaju (1,09%). O maior volume exportado de café e as incertezas em relação à colheita da safra 2024/2025 explicam a alta no varejo.
Texto/assessoria de Imprensa/Diesse