A produtora brusquense Café Preto Filmes lançará em 2019 o documentário “Time de Fábrica”, sobre o histórico amistoso entre o Clube Atlético Carlos Renaux e o Botafogo de Futebol e Regatas, no estádio Augusto Bauer, no dia 30 de março de 1958.
Uma história que completa 61 anos.
No time carioca estavam ídolos como: Garrincha, Didi, Nilton Santos, Quarentinha e o restante do elenco extraordinário da Estrela Solitária. Três meses depois, os craques eternizados seriam campeões mundiais na Suécia.
A equipe brusquense também tinha um plantel que marcou gerações no futebol catarinense, com: Júlio Camargo, Esnel (que jogou na Seleção Brasileira), Petrusky e Teixeirinha – este último, considerado o maior jogador de futebol de Santa Catarina.
O diretor e produtor, Sérgio Azevedo, falou ao Jornal da Diplomata sobre os preparativos do longa-metragem, previsto para ser lançado a partir do segundo semestre.
As gravações de depoimentos e passagens já foram concluídas. O material de pesquisa contou com visita no Museu Histórico do Vale do Itajaí Mirim Casa de Brusque, e filmagens no antigo parque fabril da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, entre outros lugares.
“A gente percebeu a importância dessa história e o interessante é que o C. Renaux estava ganhando o jogo de 5 x 1. Pode parecer normal para época, mas o time do Botafogo não era normal, era quase que a seleção brasileira em campo. O técnico João Saldanha (do Botafogo) para motivar a equipe gritou: – Vocês vão perder para um time de fábrica – daí a equipe reagiu e acabou empatando o jogo”, disse.
O placar final, 5 x 5, ficou na história e na memória dos espectadores e personagens da partida.
“É muito difícil pensar nos tempos de hoje que eles não eram profissionais (Renaux), pois trabalhavam na fábrica e jogavam. Mesmo assim, conseguiram ser duas vezes campeões catarinenses e empatar com o Botafogo – mesmo que não tenha sido o mesmo elenco”, analisou Azevedo.
Como são seis décadas de história, o produtor do documentário fala sobre a dificuldade de transportar para a realidade a real dimensão do momento histórico. Atualmente com a tecnologia que norteia o futebol é muito fácil rever os lances e jogos, entretanto, na época do amistoso, somente o rádio, as fotografias em preto e branco – dias depois –, e a reportagem impressa, eram responsáveis pelas emoções do que se passou no épico confronto.
“A gente aborda esse aspecto, pois quando eles vão para Copa do Mundo na Suécia, os torcedores têm na memória visual a lembrança do jogo aqui em Brusque, pois era só pelo rádio que se ouvia falar desses grandes jogadores. Imagino que quando os narradores falavam do drible do Garrincha vinha a memória do que eles viram no Augusto Bauer”, frisou.
O radialista Dario Silva, o ex-goleiro e cronista esportivo Valdir Appel, o Chiquinho, e o fotografo à época, Érico Zendron, são personagens que relembram o épico duelo do “Time de Fábrica” com a seleção do Botafogo.
Resta aos amantes do futebol e da história brusquense, aguardar o projeto sair do forno.
A Café Preto Filmes lançou nos últimos anos os seguintes documentários:
A Memória da Cidade”
DO OUTRO LADO – A CONQUISTA DE MATHEUS RHEINE
Brusque 92 – Conquista do Brusque FC em 1992
Vermelho Unissex
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