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domingo, novembro 24, 2024
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Jovens brusquenses retornam do intercâmbio na Alemanha

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Isabella Beatriz Dorow é a única que volta às aulas, no Terceirão do Colégio São Luiz

Depois de dois meses de intercâmbio em Handrup, no norte da Alemanha, estão de volta à cidade as jovens Carolina Karsten Tamanini, Heloísa Medeiros, Vitória Schlindwein Gomes e Isabella Beatriz Dorow. Este é o segundo grupo de estudantes que o Colégio São Luiz envia ao país europeu, para a experiência internacional em instituições dirigidas pela Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (SCJ).

“Desde o início, o grande objetivo do Colégio São Luiz, frente ao diálogo com as escolas da Alemanha, era de oportunizar aos nossos alunos esta abertura para o mundo. Ao ouvir relatos tão exitosos, concluímos que esta segunda etapa do intercâmbio foi vivenciada com sucesso””, comemora o diretor do Colégio São Luiz, padre Silvano João da Costa.

Entre as intercambistas, a única que volta ao colégio para cursar o 3º Ano do Ensino Médio é Isabella Beatriz Dorow. As demais jovens que participaram do projeto já se formaram no ano passado e agora seguem a carreira acadêmica no Ensino Superior.

“O mundo é outro”
É com esta percepção de ter visto algo maior do que a realidade na qual está inserida, que Isabella Beatriz Dorow volta para viver um ano de grandes decisões: no fim de 2023 ela espera estar mais confiante para decidir por uma carreira que pode balizar boa parte de seu futuro.

“Mesmo estando sempre próxima de alguém, o intercâmbio me permitiu estar mais conectada comigo mesma e compreender o que gosto e o que quero para a vida. Ainda não decidi qual caminho tomar, mas agora tenho consciência de que o mundo é outro e de que nada gira ao nosso redor. Este vai ser um ano decisivo e especial”, comenta a jovem.

As brusquenses embarcaram para Frankfurt em 5 de janeiro. De lá, seguiram por mais quatro horas de carro até Handrup. Inicialmente foram acolhidas junto ao Convento SCJ da instituição educacional, por dois padres brasileiros, até conhecerem suas novas famílias.

“A minha preparação para o intercâmbio foi mais psicológica, para suportar a distância dos pais e dos amigos. Antes de sair de casa, fui orientada a ser educada e respeitosa com todos, a aproveitar a experiência e fazer o meu melhor. Hoje posso garantir que a viagem superou minhas expectativas e recomendo para todos”, garante Isabella.

Lições do intercâmbio
Nos primeiros meses do ano, faz frio na Alemanha. Isabella viveu a sensação térmica inferior a -6ºC e apreciou as casas e demais instalações com aquecimento, diferente do Brasil. Também se adaptou aos costumes locais, como a ausência de almoço aos domingos, quando todos tomam o café da manhã mais tarde e jantam mais cedo. A cidade, com pouco mais de 10 mil habitantes, mantém seus supermercados e demais comércios fechados ao domingo, oportunidade em que todos se dedicam ao merecido descanso.
Isabella destaca que sua família era bastante afetuosa, mas, boa parte dos moradores locais necessitava que a brasileira iniciasse a conversa. Poucos se mostraram abertos para questionar ou trocar informações. “Achei estranho no começo, até compreender que era o jeito deles. Isso acentuou a certeza de que sou capaz de me virar, mesmo longe dos pais. Sou capaz de criar vínculos e de me adaptaràs novas experiências e oportunidades”, ressalta.

Entre os desafios, Isabella citou o idioma. Mesmo estudando o alemão antes da viagem, ela não foi capaz de manter a conversação. Por isso, durante todo o intercâmbio, o inglês foi a base da interação com os outros. De segunda a sexta-feira, sua rotina era acordar às 5h50 e embarcar no ônibus às 6h30, para o início das aulas às 7h25. Isabella estava no 10º Ano de um sistema educacional diferente: que começa no segundo semestre, após as férias de verão, e recompensa a participação do aluno em sala de aula. Até ali, a grade curricular é específica, ou seja, só a partir do 11º Ano é que o aluno tem autonomia para escolher suas matérias preferidas e transitar entre as salas. A Educação Básica alemã também dura mais anos do que o sistema brasileiro, sendo comum os estudantes deixarem a instituição aos 19 e 20 anos.

Novos caminhos
De volta ao Brasil, Carolina Karsten Tamanini, 17 anos, iniciou sua graduação em Matemática. Depois de dois meses na Europa, ela se transformou em entusiasta do movimento intercambista. “Conhecer o mundo é algo muito divertido e que traz benefícios para a nossa vida. Descobrir novas culturas e conhecer novas pessoas é muito bom. É possível voltar de lá com verdadeiras amizades, que espero durar para sempre”, afirma.

Carolina foi acolhida pela família Schönefeld e viveu a experiência do 11º Ano ao lado de sua hostsister, Merle. Segundo ela, o suporte da Congregação Dehoniana no país trouxe a confiança necessária para o êxito do projeto. “Os padres estavam sempre dispostos a nos ajudar e a conversar. Todo apoio recebido foi essencial para esse retorno com a mente mais aberta. Aprendi a ser mais independente”, afirma.

Logo que chegou ao Brasil, Vitória Schlindwein Gomes iniciou a faculdade de Direito. Mas a experiência do intercâmbio foi tão marcante que ela já se organiza para aprofundar o idioma alemão. “Esta imersão nos possibilitou ser mais do que turistas no local. Nos tornamos parte daquele país e aprendemos sobre nossas diferenças culturais. Experimentei a culinária, os jogos tradicionais de inverno e conheci cidades como Amsterdã (Holanda) e Berlim (Alemanha)”, recorda.

Sobre o sistema de ensino do país, Vitória destaca três modelos de escola, que variam desde à educação técnica até instituições mais completas. “A escola que frequentamos era o Gymnasium, considerada a mais avançada. Os alunos têm bastante independência e já podem escolher as disciplinas que desejam cursar”, pontua.

Entre tantas memórias desta vivência, o mais importante para a intercambista Heloísa Medeiros, 18 anos, foi o contato com a família alemã. Ela foi acolhida por Raimund e Silke Spieker e suas duas filhas, Isa e Bea. “Querendo ou não, no início nós éramos estranhos um para o outro. E, no final do intercâmbio, não queríamos nos despedir”, afirma.

A jovem também se surpreendeu com a formatação das cidades. “Eram pequenas, algumas com menos de 10 mil habitantes. Às vezes havia só um mercado e uma farmácia no local”, observa.

Gabriel Boos Comandoli embarcou junto com este grupo de intercambistas, mas voltou ao Brasil antes, devido ao início da faculdade de Medicina. Ainda assim, para ele, valeu muito a experiência. “É algo que abre nossos olhos e que vou levar para a vida. Foi incrível como tudo aconteceu, já que era um sonho que eu tinha desde pequeno”, revela.

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