Dois brusquenses, Odirlei Dell’Agnolo (Bah) e Diogo Silva surfaram a pororoca. A aventura se deu às margens do Rio Mearim na cidade de Arari, Maranhão.
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O que é a Pororoca?
Resposta do site de buscas: O termo pororoca é derivado do Tupi que designa “estrondo”, corresponde a um fenômeno natural onde acontece o encontro das águas de um rio com o oceano. O fenômeno se torna mais evidente nas mudanças de fase da lua, especialmente na lua cheia e nova.
Onde e como?
O fenômeno da Pororoca que ocorre na região Amazônica, principalmente na foz do seu grandioso e mais imponente rio, o Amazonas, é formado pela elevação súbita das águas junto à foz, provocada pelo encontro das marés ou de correntes contrárias, como se estas encontrassem um obstáculo que impedisse seu percurso natural.
Brusquenses na pororoca
Bah e Diogo tiveram várias experiências na expedição, desde as mais prazerosas para mundo do surfe e também momentos difíceis por conta dos improvisos no itinerário.
“É uma onda diferente e a experiência para mim, esse sonho já vivia e expectativa de 25 anos desde que vi essa onda em um programa de televisão, já era um desejo muito antigo e calhou que em uma conversa eu o Diogo fechamos o plano e fomos atrás da logística, destacou Bah.
A dupla montou um plano, mas nem tudo saiu conforme o esperado. Bah e Diogo tiveram que lidar com as dificuldades de deslocamentos e alguns imprevistos técnicos para chegada dos jetski e equipamentos na zona ribeira.
“Foi uma experiência dramática com as agências contratadas, quando chegamos lá não tinha a estrutura prometida, só tinha o rio – tivemos que empurrar os jets, encher boias, foi uma loucura”, explicou Bah.
A partir da montagem da estrutura para pegar a pororoca, a dupla brusquense ficou na expectativa para entrar no rio para entender o movimento das marés, influenciada no seu melhor pico pela fase da Lua Cheia. Não tão simples como ondas do litoral, a pororoca exige a leitura de um ciclo e a junção de duas correntezas de água doce e salgada.
Entre jet-ski e botes-banana com incursões para adentrar na correnteza, Bah e Diogo se lançaram para o surfe da pororoca. Somente no terceiro dia, após vários “perrengues”; Diogo pegou as primeiras ondas, enquanto Bah não teve tanta sorte, em um drop quebrou a quilha na bancada de areia, e restava apena o 4 quarto dia da expedição.
“Estava na tensão de não poder errar, porque era o último dia. É uma onda só, ou você pega, ou perde”, frisou.
Surfista Diogo Silva pegando a onda da pororoca (Foto/Divulgação: Arquivo Pessoal)
Diogo surfou a pororoca com prancha de fabricação própria, que acabou servindo na medida para o colega de jornada. Bah subiu na onda da pororoca com a prancha do amigo.
“Ele fez a prancha perfeita e a coisa foi mágica, espetacular, foi uma descarga de emoção muito grande quando enfim surfei a pororoca”, disse.
O tempo de duração da pororoca com janela para os surfistas teve um intervalo entre 8 a 11 minutos, e o tempo de surfe na prancha em pé, em torno de um minuto, conhecida como paredão da morte.
A pororoca tem suas belezas e também seus perigos. Bah conta que era normal avistar jacarés, cobras, trechos com piranhas e galhadas no leito do rio. Um dos perigos da aventura na pororoca é ficar à deriva por conta da descida intensa e da largura do Rio Mearim.
“Fiquei 40 minutos à deriva, sozinho no meio do rio e o Diogo em um dos dias também a deriva teve que voltar a remo com outros surfistas, pois a equipe de resgate falhou”, destacou Bah.
Curiosidades
Quando acontece a pororoca no rio Amazonas?
Embora a pororoca aconteça todos os dias, o período de maior intensidade no Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do Amazonas. A pororoca acontece em vários rios, no Brasil e em outros lugares do mundo.