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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Empresária de Brusque representa a classe empresarial brasileira em encontro organizado pelo Vaticano, na Colômbia

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Membro da Pastoral do Empreendedor de Brusque e Região, Rita Cassia Conti foi convidada por sua atuação de anos em entidades representativas como Facisc, Fiesc, ACIBr e Sindivest

A empresária de Brusque, Rita Cassia Conti, foi a única representante brasileira da classe empresarial convidada pelo Vaticano para participar da Fratelli Tutti: Mesa de Diálogo Socioambiental, realizada nos dias 11 e 12 de novembro, na sede do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe, em Bogotá, na Colômbia. O evento foi organizado pela Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL).

A pedido do Papa Francisco, o encontro reuniu 42 representantes de instituições trabalhistas, eclesiais, acadêmicas e empresariais da América do Sul, América Central e Caribe, além de convidados da América do Norte. O objetivo foi iniciar as discussões sobre a importância do cuidado com o planeta e as relações de trabalho.

“O Papa Francisco quer que se tenha cada vez mais diálogos. Está preocupado com a América Latina como um todo. Muitos países ainda vivem uma realidade de trabalho escravo e, por isso, ele achou por bem reunir representantes de federações empresariais e trabalhistas das Américas para discutir essas relações de trabalho e também a necessidade de cuidarmos da nossa casa comum”, explica Rita.

Convite e preparação

A empresária, que é a vice-presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) e da Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr), também atua como coordenadora regional e na diretoria da Pastoral do Empreendedor. Ela recebeu o convite oficial do Vaticano para participar do encontro no mês de julho, após ter seu currículo avaliado e aprovado por unanimidade.

“Dom Reginaldo Andrietta, da CNBB, fez parte do comitê organizador do encontro e entrou em contato com o padre Joãozinho e o frei Rogério, que atuam na Pastoral do Empreendedor Nacional, pedindo a indicação de empresário, de preferência católico, e que atuasse em associações ou federações empresariais, para representar o Brasil no encontro”, conta.

Por sua atuação de anos na Facisc, Fiesc, ACIBr e Sindivest, o nome de Rita logo foi lembrado e, então, teve início o período de preparação para o encontro. “Dom Reginaldo entrou em contato comigo, e perguntou se eu aceitaria o convite do Vaticano. Durante a reunião, foi informado que o encontro foi algo recomendado pelo papa, que tem a intenção de promover o diálogo para proteção dos trabalhadores e o desenvolvimento sustentável das empresas, todos unidos, para o cuidado da nossa casa comum. Me senti muito honrada e depois de muitas rodadas de conversa, recebi o comunicado oficial do Vaticano”.

Rita destaca que durante o encontro, ficou ainda mais evidente a importância da sociedade civil se organizar e, principalmente, o diálogo entre todos os setores. “Tive uma visão bem macro do mundo, do quanto é importante esse diálogo com os trabalhadores, o quanto podemos evoluir como pessoa, por termos melhorias contínuas tanto para o trabalhador quanto para o empregador. Estamos todos juntos nessa caminhada e o principal, além desse diálogo, é como podemos ter uma visão socioambiental, principalmente ligada ao planeta Terra, que é o nosso bem comum”.

Durante os dois dias, os convidados participaram de oito rodadas de discussão, cada uma sobre um tema diferente. Rita explica que eles foram divididos em grupos. Cada rodada tinha a abordagem inicial, realizada em no máximo, sete minutos, e depois, havia um tempo para discutir o assunto, demonstrar seus pontos de vista, e apresentar para o grande grupo.

“Falamos sobre ecologia integrada, transição de trabalho com a inteligência artificial e transição energética. Foram discussões muito saudáveis, que amadureceram nosso pensamento. Nas discussões profundas, de humanidade, falamos sobre a fome, sobre a dignidade de ter um trabalho, o quanto é importante saber conduzir o negócio para ser saudável. Todos esses aspectos e o principal: representantes de vários segmentos, todos trabalhando juntos”.

O encontro foi concluído com o convite do Celam para formar a Rede de Trabalho Organizado das Américas, já que as organizações participantes representam mais de 60 milhões de trabalhadores e empresários da região.

Segundo Rita, esse mesmo grupo deve voltar a se reunir em 2025 para retomar as discussões. Também está previsto um encontro em Roma, com a participação do Papa Francisco e a intenção é que essas discussões se tornem um documento.

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