Confecção dos tradicionais tapetes envolveu quase mil pessoas da comunidade
Milhares de fiéis participaram na manhã desta quinta-feira, 30 de maio, da missa campal de Corpus Christi, celebrada nas escadarias da igreja Matriz São Luís Gonzaga, no Centro de Brusque. A data celebra o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, representados pelo pão e vinho que, de forma simbólica, recordam a última ceia de Jesus com os apóstolos, momento em que foi instituída a Eucaristia.
“A festa da Eucaristia que nós celebramos neste dia, faz eco à celebração da Quinta-Feira Santa. Por isso, também é sempre celebrada em uma quinta-feira. Hoje vivemos uma manifestação pública desta fé, com Jesus presente no pão e vinho consagrados. É Ele quem está no meio de nós”, explica o pároco da Paróquia São Luís Gonzaga, padre Diomar Romaniv.
A missa, que iniciou às 9h da manhã, foi presidida pelo padre Diomar e concelebrada pelos padres da paróquia: Adilson Colombi; Mariano Weizemann; Paulo Riffel; Rodrigo Tascheck e Anísio Schwirkowski e também pelos padres do Convento Sagrado Coração de Jesus: Zaqueu Suczeck; Aléssio da Rosa e Fernando Teckler.
As crianças que fizeram a Primeira Comunhão neste ano também participaram da celebração, assim como membros das 12 comunidades que formam a paróquia.
Além da missa solene, foi realizada a procissão com o Santíssimo Sacramento até o Convento Sagrado Coração de Jesus. O cortejo foi seguido pelos fiéis, que ao longo do trajeto, apreciaram os tradicionais tapetes coloridos, confeccionados especialmente para a celebração.
Centenário e solidariedade
O padre Diomar Romaniv destaca que, neste ano, a celebração da Eucaristia foi vivida a partir de dois elementos. O primeiro é o centenário do Convento Sagrado Coração de Jesus.
“No próximo dia 3 de junho, celebramos o centenário do Convento. Queremos fazer alusão a isso. A procissão sempre termina no Convento e nós lembramos que a Eucaristia é o dom do Divino Coração e isso nós vamos celebrar”.
O segundo elemento especial desta celebração é a solidariedade. Durante a homilia, padre Diomar anunciou que a Paróquia São Luís Gonzaga, a partir desta quinta-feira, adotou a Paróquia Nossa Senhora Medianeira, da cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Até a próxima celebração de Corpus Christi, em 2025, a paróquia de Brusque ajudará a manter a paróquia gaúcha, que foi bastante afetada pela enchente.
“No Evangelho, Jesus diz para os discípulos irem preparar a sala para a ceia e esse gesto de preparar a sala, nós queremos reproduzir com solidariedade. A Paróquia Nossa Senhora Medianeira ficou três semanas debaixo d’água, tanto a Matriz quanto as três comunidades que fazem parte e nós vamos expressar nossa solidariedade ajudando a comprar livros litúrgicos, os objetos e as vestes que eles perderam tudo”.
Tradição dos tapetes
Na Paróquia São Luís Gonzaga, os tapetes que marcam a celebração de Corpus Christi, foram confeccionados com as 12 comunidades em conjunto, além de pastorais e movimentos. “Os tapetes são confeccionados para expressar também a comunhão da Igreja, das pastorais, das comunidades. Por isso, as 12 comunidades, as mais de 30 pastorais e movimentos que temos, recebem um espaço reservado para fazer seu tapete, colocando nele imagens da nossa fé, símbolos que nos ajudam a identificar aquilo que nós acreditamos e da vida da nossa paróquia”, ressalta padre Diomar.
O coordenador do CPC da Matriz, Antônio Carlos Cerchiari Júnior, destaca que foram em torno de 800 metros de tapetes, ligando a igreja até o convento. Cada grupo, ficou responsável por confeccionar 15 metros, demonstrando muita criatividade e, acima de tudo, fé.
“Tudo é por um bem maior, por Jesus. E o trabalho da comunidade é o que faz acontecer o Corpus Christi. Foram mais de 600 pessoas participando só da confecção dos tapetes. Mas se considerarmos todos os envolvidos, desde a preparação da serragem, chega perto de mil pessoas”.
Alice Helena Machado, 10 anos, participou pela primeira vez da confecção dos tapetes neste ano. Ela aguardava ansiosamente a chegada deste dia, para enfim, contribuir. “Participei junto com a Pastoral da Acolhida e gostei muito. Ajudei a fazer o Divino Espírito Santo e estou bem ansiosa para ver como tudo ficou pronto”.
A preparação dos tapetes iniciou na tarde de quarta-feira e seguiu até o início da madrugada. “Os tapetes ficaram muito bonitos. Tudo muito bem pensado, elaborado. É um mistério como pessoas comuns conseguem fazer algo tão bonito e tão grandioso. Só a fé explica. A unção do espírito age forte neles para conseguirem fazer essas obras de arte”, destaca Júnior.