Conheça a rotina do setor que traz ao mundo mais de 2,1 mil bebês por ano
Com uma média de 180 nascimentos por mês, o Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux (Hospital Azambuja) tem se tornado, cada vez mais, referência e o destino de milhares de mamães que são internadas na unidade para o nascimento de seus bebês. Pelas mãos e o apoio da equipe da sala de parto, mais de dois mil nascimentos são registrados por ano no hospital.
Com a inauguração do Ambulatório de Obstetrícia há um ano, o espaço oferece às gestantes e seus acompanhantes a experiência de viver a chegada dos filhos ao mundo com mais conforto, confiança e responsabilidade humana.
Durante o dia, o espaço é a porta de entrada das pacientes gestantes que chegam ao Hospital Azambuja, ou seja, as pacientes não precisam mais dar entrada no Pronto Socorro ou Ambulatório Geral para receberem atendimento. Após a triagem, a gestante é atendida pelo médico, que definirá os próximos passos da conduta hospitalar. Assim que internam, cada gestante ganha uma peça de roupa (um top) para usar durante o parto, confeccionada pelas irmãs que trabalham na costura do hospital.
A rotina na sala de parto é intensa. Isso porque o Hospital Azambuja recebe a demanda de todos os municípios da região, mas a grande maioria dos atendimentos são de Brusque. Bruna Cristina Sgrott é a enfermeira coordenadora do setor materno-infantil, sala de parto e UTI Neonatal do Azambuja. “Hoje, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o parto natural é a melhor indicação para o bebê nascer, mas também há a indicação de cesárea. Quando a paciente interna, ela é avaliada pela equipe médica e de enfermagem, e é conduzida ao parto – normal ou cesárea”, enfatiza.
Lei do Acompanhante
O hospital preserva o direito da gestante em ter um acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto. De acordo com a Lei Federal Nº 11.108, de 7 de abril de 2005, a escolha é livre e exclusiva da gestante e não necessariamente precisa ter grau de parentesco. O acompanhante propicia a demonstração de zelo, afeto e carinho, fornecendo uma relação de amor e cuidado para com a gestante e fortalecendo o vínculo afetivo. A presença de uma pessoa de confiança da mulher transmite muito mais tranquilidade e atenção, possibilitando essa experiência um momento extraordinário e tranquilo.
Toda gestante tem direito a um acompanhante à sua escolha, como lembra Bruna. “A gente sempre respeita essa opção elas, em sua maioria, já vem com acompanhante. Também é possível fazer a troca do acompanhante durante o trabalho de parto, se for do desejo da mãe.
Curso para gestantes
Em uma parceria firmada neste ano com a Secretaria de Saúde, o Hospital Azambuja passou a oferecer um curso para gestantes, especificamente sobre trabalho de parto e o parto. Ministrado pelas enfermeiras obstetras, o curso acontece uma vez por mês desde junho. “Abrimos 20 vagas, e elas podem trazer um acompanhante, após fazer o cadastro junto às Unidades Básicas de Saúde (UBS) do seu bairro”, explica Bruna. O objetivo é que, ao conversar sobre o parto com as gestantes, elas possam ter um trabalho de parto mais tranquilo. “Percebemos que o projeto tem sido positivo, mas ainda há muito trabalho a ser feito sobre o tema”, diz Bruna.
O curso é gratuito, ofertado via Sistema Único de Saúde (SUS), e divulgado em cada UBS de Brusque, que expande a informação às regiões de cada bairro. A inscrição deve ser feita diretamente na UBS. As vagas são limitadas a 20 por mês (com direito a acompanhante).
De acordo com a coordenadora do Grupo Condutor da Rede Cegonha de Brusque, Sheila Neves, a secretaria organiza um calendário mensal e cada encontro ocorre no auditório do hospital. “A gente convida as gestantes, que estão no último trimestre de gestação, para compareçam às unidades de saúde e fazerem o agendamento do curso”.
Além de esclarecer dúvidas, o curso oportuniza a interação entre as gestantes com a equipe de obstetrícia do hospital. A coordenadora incentiva a participação. “A gente incentiva que as gestantes busquem suas unidades de saúde para fazer esse agendamento e se informar sobre esse momento tão importante, onde a informação faz toda diferença”.
Confira a reportagem completa em áudio:
UTI Neonatal
A mais recente novidade sobre a UTI Neonatal do hospital foi a entrega de mais seis leitos, ampliando para 16 leitos, para atender os recém-nascidos na unidade neonatal da instituição. A parceria é entre o hospital e o Governo do Estado. A demanda é alta. Para se ter uma ideia, no dia desta reportagem, dos dez leitos disponíveis, seis estavam ocupados.
Presente no ato de inauguração, o Governador Jorginho Mello destacou que a decisão de criar esses novos leitos de UTI veio à tona quando a secretária de Estado da Saúde, Carmem Zanotto, anunciou a iniciativa durante uma visita ao hospital em 2 de agosto. Já em 4 de agosto, o governador oficializou o compromisso do Estado, liberando um montante de R$ 1,8 milhão para aquisição de equipamentos que possibilitaram a abertura de novos leitos de UTI. Agora, o Azambuja passa a oferecer um total de 30 leitos de Unidade de Terapia Intensiva Adulto e mais 16 destinados especificamente aos cuidados neonatais.
“É meu desejo ajudar o hospital se consolidar, para ser uma referência para todo o estado e Brasil por tudo que vamos fazer aqui dentro”, garantiu o Governador.
Experiência
Médico há 46 anos, e há mais de 30 anos como médico obstetra do Hospital Azambuja, o Cirurgião Geral, Obstetra e Ginecologista Dr. Getúlio de Almeida, coordenador do Centro Obstétrico, vê com bons olhos toda a evolução que o Azambuja passou para chegar ao cenário de ter seu próprio setor de UTI Neonatal, por exemplo, entre outros avanços.
“Nosso grande problema antigamente era a falta de UTI Neonatal, e a chegada dela no ano passado fez com que as pessoas permaneçam aqui e prefiram Brusque para os atendimentos. Hoje, temos uma excelente estrutura, com muitas salas, e, além disso, um ótimo número de plantonistas”, comemora o experiente médico. “Pode acontecer qualquer coisa, pode-se ter um ou oito partos, tudo vai transcorrer da mesma forma, nada se altera”.
Árvore da vida
Ao deixar o Centro Obstétrico, as mães levam para casa, além do seu bebê no colo, uma foto, emoldurada, com o desenho da sua placenta, que forma uma árvore colorida em uma folha A3. “É um simples gesto, mas para elas é significativo e marca uma memória eterna”, salienta a coordenadora Bruna.
Continua…