Categoria terá reajuste salarial acima do INPC e renovação das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho
Após dois meses de negociações, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem de Brusque (Sintrafite) assinou na manhã desta quarta-feira, 31 de maio, a Convenção Coletiva de Trabalho 2023-2024.
O documento, firmado com o Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Malharia e Tinturaria de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sifitec), garante o reajuste salarial de 5% para toda a categoria têxtil, acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que ficou em 3,83%, o que significa um aumento real de 1,17%.
Além disso, o piso salarial mínimo da categoria também recebeu um reajuste de 6,03%, passando agora a R$ 1.915,00.
De acordo com o presidente do Sintrafite, Anibal Boettger, os percentuais aprovados na última assembleia realizada na manhã de domingo, 28 de maio, com os trabalhadores têxteis, foram garantidos. Porém, a negociação das cláusulas da Convenção Coletiva deste ano, ainda geraram algumas reuniões desde segunda-feira, até a assinatura do documento.
“Conseguimos negociar e garantir todas as cláusulas que já tínhamos na Convenção de 2022, ou seja, os trabalhadores não perderam nenhum dos direitos já adquiridos, e acrescentamos novas cláusulas, algumas que precisavam ser colocadas até por uma questão de atualização, como a permissão de assinaturas eletrônicas; proteção sobre os dados dos trabalhadores conforme a Lei Geral de Proteção de Dados, entre outras, totalizando 43 cláusulas”, informa Boettger.
Outra cláusula acrescentada diz respeito ao Prêmio Assiduidade, que foi amplamente estudada pelo Departamento Jurídico do Sintrafite, para ser inserida sem riscos aos direitos dos trabalhadores. “Nós convencionamos o Prêmio Assiduidade que já é praticado por algumas empresas, definindo uma limitação de até 20% do salário do trabalhador. A empresa pode determinar regras próprias para pagamento dos prêmios, porém, fornecendo ao sindicato cópia dessas regras e dos prêmios concedidos”, alerta o presidente.
Encerradas as negociações, o Sintrafite analisa com satisfação as conquistas deste ano. “Desde que iniciamos a campanha salarial no mês de março, temos recebido os trabalhadores no sindicato, manifestado sua insatisfação no dia a dia e durante as assembleias, diante do salário que não supre mais as necessidades básicas de uma família. Para nós o resultado de uma negociação com 1.17% de aumento real foi possível com a participação efetiva dos trabalhadores, pois é uma vitória.
A princípio teríamos somente o INPC. De qualquer forma é importante dizer que estes percentuais de reajuste são o mínimo que devem ser aplicados. As empresas que quiserem e puderem, devem sim reajustar os salários dos seus trabalhadores acima disso”, enfatiza Boettger.
Reajuste já na folha de pagamento do mês de maio
O presidente do Sintrafite comenta ainda que os reajustes salariais devem ser aplicados já na folha do mês de maio. “Todos os trabalhadores da categoria têxtil devem receber seus salários reajustados no quinto dia útil do mês de junho”, complementa.
Automaticamente ficou reajustada também a mensalidade sindical de R$ 82,00 para R$ 86,00 e a taxa assistencial médica repassada pelas empresas, de R$ 6,00 para R$ 6,50.