O Teatro Musical Qualquer Palavra foi destaque no programa Da Hora desta quinta-feira, 18. O diretor do espetáculo artístico, Rodri Vechi, e a artista Amanda Acosta, falaram sobre a expectativa para o início das apresentações em Brusque, nos dias 18 a 21 de Maio, Teatro do Centro Empresarial – CESB. Serão 4 dias e um total de oito apresentações. A estimativa é de atingir um público de 2 mil espectadores
Acompanhe a entrevista e saiba mais do roteiro.
Sinopse
Uma palavra? Qualquer palavra? Palavra. Podemos começar com a palavra “palavra” e o som de seus “ás” junto ao encontro consonantal de um “vê” e um “erre”, não tão comum na nossa língua, gerando um “vrá”, como um leque se abrindo com ímpeto.
Teatro Musical
O espetáculo “Qualquer Palavra” é uma colcha de retalhos bordada com letras. A ideia surge a partir de três pilares usados como fontes de inspiração: o (1) Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento, de Adriana Falcão, onde a autora resinifica alguns verbetes do nosso dicionário a partir de seu olhar poético, (2) a canção Língua, de Caetano Veloso, cujo primeiro verso já dá o tom desta jornada ao dizer que “gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões”, numa referência à Língua Portuguesa, e (3) a canção Qualquer Palavra Serve, de Herbert Vianna, que mistura essas respostas a uma voz oculta que sopra: “me diga uma palavra”. E a demanda reverbera como se nos pegasse de surpresa, sem palavras: “Uma palavra? Qualquer palavra?”
É onde se abre um infinito de possibilidades para que palavras ao vento virem canções, e canções virem cenas recheadas de poesia, reverenciando nossos poetas, cantando nossos autores, saboreando proparoxítonas, cadenciando polissílabos.
“A palavra nuvem chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre. A palavra palavra diz. O que quer. E nunca desdiz depois”, nas visões de Adriana.
Abre-se o pano. A letra da canção Qualquer Palavra Serve parece ter sido escrita pra esse momento de encontro do artista com a plateia. “Faz tempo que a gente não se vê (…) A luz se acendeu de novo (…) A porta nunca vai se fechar”. O tabuleiro de palavras vai se armando com todo o esplendor que nosso vernáculo pode oferecer e desemboca em palavras inventadas, cujo significado fica a critério da imaginação do espectador.
“Certa palavra dorme na sombra de um livro raro. Como desencantá-la? É a senha da vida, a senha do mundo. Vou procurá-la. Vou procurá-la a vida inteira no mundo todo. Se tarda o encontro, se não a encontro, não desanimo, procuro sempre. Procuro sempre, e minha procura ficará sendo minha palavra”.
A palavra mágica de Drummond estimula nosso enredo, onde seguimos desencantando nossas palavras. Uma palavra se conecta a outra e o jogo teatral vai se estabelecendo a partir destas conexões.