18.6 C
Brusque
domingo, novembro 24, 2024
InícioNotíciasSegurança PúblicaPolícia investiga crime de sequestro e morte de vítima desaparecida desde 9...

Polícia investiga crime de sequestro e morte de vítima desaparecida desde 9 de março, em Brusque

Data:

Publicidade

spot_img
spot_img
spot_img

Vítima foi seqüestrada em Brusque, forçada a entrar em um veículo na noite de 9 de março, levada a Botuverá e na manhã do dia seguinte executada; Cadáver foi encontrado nesta quinta-feira e suspeitos já foram identificados

No dia 9 de março deste ano, a Polícia Civil recebeu a informação do desaparecimento de um homem, de 25 anos, que havia sido levado, forçadamente, de sua residência, no bairro Águas Claras, e desde então não foi mais visto. No decorrer do tempo, a família recebeu mensagens, que mostravam o homem sendo levado a uma mata, no interior de Botuverá, e que posterior seria executado.

A Polícia Civil, por meio da Divisão de Investigação Criminal de Brusque, informou à imprensa nesta quinta-feira, 20 de abril, da localização de um cadáver, que possivelmente se trata do corpo da vítima.

O desaparecimento

A família do homem desaparecido registrou um boletim de ocorrência informando o desaparecimento dele, porém, também relatavam neste boletim que, na noite do dia 9, estava em casa quando, após às 20h, dois homens armados chegaram no domicílio, perguntaram pelo familiar,  e, tão logo o viram, foi rendido com arma de fogo e levado forçadamente. Essas pessoas diziam apenas que ‘ele deveria morrer pelo fato dele ser filho de um policial’.

No dia seguinte (10 de março), a família recebeu um vídeo da vítima, onde mostrava ele sendo forçado a entrar em um matagal, no interior do município de Botuverá. Em seguida, novamente, receberam mais uma mensagem de voz, que dizia que a vítima ‘havia sido morta e que jamais o veriam novamente’. As mensagens eram todas de visualização única no WhatsApp, mas a polícia conseguiu recuperar um dos vídeos.

Investigação

Com base em todas essas informações que foram denunciadas, a polícia não tinha dúvidas que não era apenas uma situação de desaparecimento. O inquérito policial instaurado investigava um caso de sequestro, homicídio qualificado, porte de arma de fogo, ocultação de cadáver e também por organização criminosa. “Tão logo tomamos ciência desse fato, instauramos inquérito policial e a DIC começou investigar e tratar esse caso como sequestro, homicídio qualificado, porte de arma de fogo, ocultação de cadáver e também por organização criminosa”, destacou o delegado Alex Bonfim Reis, chefe da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Brusque, responsável pelo caso. Acompanhe a primeira parte da entrevista, concedida pelo delegado Alex.

Delegado Alex Bonfim Reis/DIC Brusque

Ao longo do inquérito, a polícia conseguiu colher inúmeros indícios de que a vítima realmente já estava morta e a prática dos demais crimes mencionados. Os suspeitos foram devidamente identificados, nominados e, inclusive, eles já possuíam mandados de prisão contra si, sendo que dois deles já estão presos no Sergipe, Nordeste do país, pela prática de outros crimes e pelo mandado de prisão expedido pela DIC sobre este caso atual. “Nós ainda não tínhamos encontrado os restos mortais da vítima, mas já havia fortes indícios de que ela havia sido morta por esses criminosos. Inclusive, diligências foram realizadas com apoio do cão de buscas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar na área que acreditávamos que o corpo havia sido deixado, mas o corpo não havia sido encontrado no local onde imaginávamos”, afirmou delegado Alex.

Localização

Na manhã desta quinta-feira, uma pessoa que passava por uma região de mata, mais isolada de Botuverá, encontrou os restos mortais de um corpo humano e imediatamente acionou a polícia. Quando chegou ao local, o serviço de perícia iniciou a análise da cena do crime por meio da Polícia Cientifica. O corpo localizado portava as mesmas vestes que a vítima utilizava no vídeo enviado à família quando foi levada para o matagal.

A polícia ainda não tem total certeza sobre a identidade da vítima, porém já está tomando todas as medidas para que a identificação seja feita por meio da comparação genética, já que o corpo humano encontrado estava em avançado estado de decomposição. Além das roupas, não havia outros vestígios materiais que pudessem colaborar com a identificação visual da pessoa, o que já está sendo providenciado.

Com auxilio de um detector de metais, a Polícia Científica também encontrou três projéteis de arma de fogo, próximo ao cadáver, o que indica que a vítima foi morta por execução. Ouça esse trecho da entrevista com o delegado.

Delegado Alex Bonfim Reis/DIC Brusque

Crimes imputados

Delegado Alex explica que o inquérito policial está bastante instruído em termos de convicção, com duas pessoas já identificadas e duas presas pelas práticas de outros crimes e, agora também, são acusados deste crime.

“A grosso modo o que a polícia já havia identificado: que essa pessoa havia sido vítima de um sequestro – uma vez que ela foi coagida, sob grave ameaça, a entrar em um veículo; depois foi possível identificar para onde essa vítima foi levada e onde ficou por, pelo menos, uma noite, e por isso a identificação da prática do crime de sequestro; porte de arma de fogo, tendo em vista os vídeos mostrando que eles estavam com arma de fogo; o crime de organização criminosa, uma vez que eles repetiam que eram membros de uma organização criminosa; homicídio qualificado, pois agora foi efetivado com a localização do corpo, mesmo faltando a identificação, mas as circunstâncias nos levam crer que seja; e ocultação de cadáver, uma vez que o corpo foi deixado em mata fechada”, detalhou.

“A localização do corpo confirma a linha investigativa e só agora traz a devida materialidade para o crime de homicídio. Agora iremos buscar deter todos os envolvidos para que respondam, perante a justiça, pelo horrendo crime que praticaram”, finalizou o delegado.

Delegado Alex Bonfim Reis/DIC Brusque
Localização do cadáver no final da manhã de quinta-feira, 20 de abril, no município de Botuverá. (Imagem: DIC Brusque/Polícia Civil)
Publicidade
WhatsApp chat