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Irmão Paulo é ordenado padre

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Nesta segunda-feira, 15 de agosto, durante a solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, Renato dos Santos da Fonseca, que em 8 de dezembro de 2007 assumiu o nome de irmão Paulo, foi ordenado sacerdote. A celebração aconteceu na Abadia Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo do Tenente (PR) e contou com a presença da Paróquia São Luís Gonzaga, com ênfase aos familiares e amigos que formam sua Comunidade – Nossa Senhora de Fátima, no bairro Jardim Maluche. É ali que ainda moram seus pais, Eva Francisca e Marcos Bueno da Fonseca e os irmãos, Rodrigo, Renival e Marcos Jr.
“Padre Paulo é fruto de nossa paróquia e deste trabalho contínuo que intercede pelas vocações. Nós louvamos e bendizemos a Deus por seu chamado vocacional, pela caminhada de sua família e por todos os projetos em que esteve envolvido em nossa paróquia. Já fazem 15 anos que ele está no mosteiro, mas continua sendo nosso filho. Viemos aqui para manifestar nossa alegria por esta resposta tão bonita e positiva que ele deu ao chamado do Senhor, o que ganha ainda mais sentido neste ano jubilar. É um presente e um momento histórico, que marca os 150 anos da Paróquia São Luís Gonzaga”, afirma o pároco, padre Diomar Romaniv.

(Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa-Paróquia São Luís Gonzaga)

O despertar vocacional
Irmão Paulo é natural de Palotina (PR), mas viveu até os 13 anos em uma área rural de Francisco Alves (PR). Foi quando a família se mudou para Brusque. Em 2002, aos 21 anos, ele buscava um caminho para a vida. Foi assim que se interessou pelo movimento da igreja, com apoio e incentivo de amigos que formavam o Grupo de Jovens Davi, na Paróquia São Luís Gonzaga.
“Sentia inquietação religiosa, mas não queria crer se tratar de alguma vocação específica. Até porque era bastante cru na vivência da fé e naturalmente desconfiado, mais de mim mesmo do que de qualquer outra pessoa. Porém esta inquietação me atormentava. Às vezes, sentia que iria enlouquecer”, afirma.
Em 2005, Irmão Paulo começou a ser acompanhado pelo padre Francisco Hellmann (in memoriam), que residia no Convento SCJ. “Procurava orientação para aquele oceano revolto dentro de mim. Padre Chico me aconselhou a fazer um discernimento vocacional. Eu tinha trabalho, namorava e não queria aumentar esta tormenta. De fato, nunca consegui me enxergar como um padre servindo numa paróquia ou como religioso, envolvido em atividades pastorais. Sentia o apelo para a consagração, mas não me identificava com as formas com as quais tinha contato”, conta.

O primeiro retiro
Em 2006, Irmão Paulo decidiu fazer um retiro. Cativado pelos escritos e pelo humor de Santa Teresa d’Avila, ele optou pela experiência junto aos Carmelitas, em São Roque (SP). “Fiquei dois dias ali. Mas nada de significativo. No retorno dessa viagem, porém, lembrei-me de uma visita que fiz no Mosteiro Trapista, em 2003. Todas as impressões que tive começaram a emergir com vivacidade e simplicidade. Sutilmente, notei apresentar-se dentro de mim a sugestão de que este seria o meu lugar. Assim, a tormenta tomou proporções tsunâmicas”, detalha.

O discernimento
Em novembro de 2006, Irmão Paulo passou quatro dias no mosteiro trapista. Lá, pôde compartilhar suas inquietações com o padre Lázaro, responsável pelas vocações na época. Entre tudo que ficaria para trás, entre o futuro projetado que deixaria de existir, entre todos os medos, dúvidas e inseguranças, ele teve a coragem de ouvir o próprio coração. “Deus não dá explicações. Porém, a luz que emana de Sua Palavra, por virtude do Espírito Santo, ampara e orienta os passos a serem dados. Somente um de cada vez, mesmo sem as garantias que a nossa insegurança gostaria de ter. Pude experimentar isso desde então. Uma força para sustentar e perseverar na decisão que tomou forma dentro de mim”, expressa.

A vida monástica
No dia 4 de agosto de 2007, o jovem Renato iniciou a vida religiosa monástica e, em 8 de dezembro do mesmo ano, recebeu o nome de Irmão Paulo.
“Em menos de uma semana no mosteiro todas as novidades acabam. A rotina é estrutura: 3h10 levantar-se; 3h30 Vigílias, Oração Pessoal, café, Lectio Divina; 6h15 Laudes e Missa; 8h10 reunião capitular e Tercia; 8h30, trabalho; 12h Sexta e almoço; 13h tempo livre; 14h Noa, trabalho e estudos; 17h30 Vésperas, jantar e leitura; 19h30 Completas; 20h repouso. Isso, todos os dias. Vivo essa rotina há quase 15 anos e nunca tive um dia igual ao outro”, afirma.
Segundo ele, a vida monástica nasce do desejo inato do ser humano de encontrar a Deus. “É uma forma de vida anterior ao cristianismo e se encontram variações dela em outras religiões. São João Batista é um “tipo” de monge e, de certa forma, o próprio Jesus, quando é batizado por ele. Esta é a forma de vida religiosa mais antiga na Igreja Católica””, explica.

A ordenação sacerdotal
Irmão Paulo destaca que alguns monges acabam se ordenando sacerdotes. “O exercício do ministério sacro será consoante com a vida monástica. É isso que permite também que padres ingressem num mosteiro e possam se tornar monges”, esclarece.
Mesmo sabendo desta possibilidade, Ir. Paulo queria ser monge. Foi apenas no último ano, em uma conversa com o superior naquele momento da comunidade, Dom Gerard de Souza, Abade de Genesee, NY, USA, que foi discutida esta questão. “Sabia que chegaria o momento de dar uma resposta. Rezei, refleti e aceitei assumir o exercício desse serviço sacro”.

Ordem dos Monges Trapistas
Atualmente os “Trapistas” contam com 160 mosteiros de monges e de monjas ao redor do mundo, nos cinco continentes. No Brasil, a única casa de monges desta Ordem é onde Irmão Paulo mora, além de uma casa de monjas em Rio Negrinho (SC).
Em Campo do Tenente, o mosteiro existe desde 1977 e foi fundado por monges do Mosteiro de Genesee. As monjas chegaram ao Brasil em 2010, oriundas do Mosteiro de Quilvo, no Chile.

Irmão Paulo, agora ordenado sacerdote. (Foto: Divulgação)
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