Retornaram ao Brasil as três alunas do Colégio São Luiz que participaram do intercâmbio na Alemanha, de janeiro a março deste ano. Para contar como foi a experiência no país alemão, e incentivar novos interessados, Anna Lina Schlindwein, Ana Luiza Jonk Rocha e Laura Ruzinsky Schmidt conversaram com os alunos do Ensino Médio na manhã desta sexta-feira, 8 de abril. As três deram início ao projeto piloto do Colégio São Luiz, que agora será institucionalizado como programa de intercâmbio, possibilitando que novos alunos também façam parte da experiência.
Concluída no início de março, a rotina na Alemanha envolveu aulas de Ensino Médio no Kolleg St. Sebastian, na cidade de Stegen, e o aprendizado do alemão, em Freiburg.
Conforme explica o diretor do Colégio e Faculdade São Luiz, padre Silvano João da Costa, a escola vive, agora, um processo avaliativo do programa para dar sequência com outros alunos. Processo este que também acontece na Alemanha, mas que já tem boas avaliações, por conta da experiência vivida pelas alunas brusquenses. “Essa socialização delas com os alunos do Ensino Médio, contando como foi a experiência do intercâmbio, é para suscitar novos interessados. Com a Alemanha, o Colégio está nas tratativas de dar continuidade ao projeto no início do próximo ano, e até lá, faremos um caminho com alegria, porque esse era o objetivo: possibilitar aos alunos conhecer novas culturas e aprofundar o idioma. Queremos que nossos estudantes percebam que podemos sonhar mais alto e vivenciar este sonho”, avalia o diretor.
Rumo à Alemanha
Aprovado projeto piloto, agora, o Colégio São Luiz inicia a fase das tratativas do processo seletivo junto à Escola da Alemanha. “Tudo isso que as três alunas nos trouxeram irá balizar a construção de um processo seletivo para os novos momentos e movimentos que irão acontecer”, explica padre Silvano.
A coordenadora pedagógica do Ensino Médio do Colégio São Luiz, Cintia Cardoso, destaca que o sentimento como escola, ao receber as alunas tão inspiradas e cheias de sonhos por tudo que viveram no intercâmbio, resume-se em orgulho e alegria. “Vemos o resultado de todo o empenho e disciplina delas, e também que o objetivo do intercâmbio foi atingido com o desenvolvimento da maturidade e autonomia. Elas foram, de fato, protagonistas de um processo de aprendizado, tornando institucional, com regras definidas e possibilitando que daqui para frente outros alunos possam viver a experiência”, destaca.
O retorno
Para as alunas, além da experiência de uma nova cultura e aprofundamento do idioma, há outras possibilidades de enxergar modos de vida ao participar de um intercâmbio. Esbanjando simpatia e confiança, Anna Lina Schlindwein, Ana Luiza Jonk Rocha e Laura Ruzinsky Schmidt visitaram as salas de aula, acompanhadas do diretor e da coordenadora pedagógica do Colégio, para contar da experiência aos alunos do Ensino Médio e, quem sabe, instigar novos intercambistas inspirados pela experiência das três. Na Alemanha, elas moraram com famílias diferentes, mas voltaram ao Brasil com algo em comum na bagagem: a maturidade. É o adjetivo que define, por unanimidade, o sentimento de voltar ao espaço escolar com a experiência do intercâmbio vivido. Nas salas visitadas, Ana Luiza reportou o quanto foi importante para as três a hospitalidade e apoio que veio das famílias que as receberam na Alemanha.
“A gente foi muito bem acolhida por cada família na Alemanha, e isso é um ponto muito positivo, pois eles estavam sempre ali dispostos a nos ajudar em qualquer desafio que surgisse. Essa receptividade nos fez sentir parte da família deles, e esse é um ponto que ajuda muito, porque estávamos muito distantes da nossa família”, conta a estudante. E se foi difícil deixar a família aqui para viver o intercâmbio, também não foi fácil se despedir da nova família na Alemanha na hora de voltar para casa. “A gente cria laços, e já tenho muita saudade da minha família de lá. Quando fui, chorava no comecinho porque queria voltar, o que é normal, e quando voltei, chorei de saudade da Alemanha. Tudo é adaptação”, confessa.
Anna Lina contou aos alunos sobre a escola onde estudaram. “No começo é uma sensação estranha, mas logo tudo se encaminha, porque fazemos amizades e rapidamente estreitamos laços com nossa família de lá. A experiência na escola, em geral, foi muito interessante, até porque é um ensino totalmente diferente, eles podem escolher as matérias, até mesmo o extracurricular chama atenção, pois eles podem ter oportunidade, com o curso da escola, de nadar, andar de ski, entre outras atividades características da região deles”, explica.
O maior desafio para a aluna Laura foi com o domínio da língua alemã. “Posso dizer que cheguei muito ‘crua’ no alemão, acreditava que sabia ao menos o básico, mas quando chega lá a realidade é outra e, no meu caso, cheguei entendendo a língua, mas não falando ela. Fui atrás de um curso em alemão fora da escola que estávamos frequentando, que era integral e foi a melhor coisa que eu fiz, pois de manhã treinava a gramática e a tarde reforçava o conhecimento com a família”, diz a aluna.
A voz das três traduz a palavra maturidade como experiência mútua, e o sentimento é de gratidão pela oportunidade. “A Ana Luisa que foi não é a mesma Ana Luisa de agora, isso até parece clichê, mas é muito verdade, pois a gente tem que viver e se virar e por isso criamos uma maturidade indescritível”, garante. “Uma dica que a gente pode dar para os futuros intercambistas é: não tenham vergonha, aproveitem, pois são só dois meses, então, aproveitem ao máximo desse tempo possível, não tenham medo de errar, pois alguém vai te ensinar o que é certo. O intercâmbio te ensina sobre liberdade, e com a liberdade você amadurece”, incentivam.
O suporte oferecido pelo Colégio também foi reverenciado pelas alunas e essencial para a boa execução deste intercâmbio na Alemanha. “A gente esteve sempre em contato com o padre Silvano, sempre trocamos experiências, e ele foi um importante suporte para nós, em qualquer momento e a qualquer hora, nos passando segurança”, agradece.