“Biopolítica em Giorgio Agamben” é o tema da “Terceira Quarta com Filosofia”, evento virtual, gratuito e aberto à comunidade, promovido pelo Colégio e Faculdade São Luiz. O encontro será transmitido pelo Youtube da instituição, na próxima quarta-feira, 18 de agosto, das 19h30 às 21h, e ministrado pela professora Lara Emanuele da Luz.
Giorgio Agamben, filósofo italiano nascido em 1942, e ainda vivo, apresenta um diagnóstico da modernidade bastante relevante para o tempo presente. Apesar de trabalhar diversos temas, seu foco central é o estudo da biopolítica. Para ele, a biopolítica existe desde o nascimento do pensamento político Ocidental, e é ela que rege e captura a vida das pessoas pertencentes à polis (cidade, estado). Para que isso ocorra, é necessário que o Estado de exceção seja tomado como regra, para que nele tudo possa ser instaurado.
Diante de sua formulação teórica, Agamben cunha o termo de vida nua, pertencente à figura do Homo Sacer, entendida como “homem matável e insacrificável”. Durante a história política do Ocidente, a vida nua é que marca tanto a Antiguidade grega, quanto os tempos contemporâneos. Uma representação do Homo Sacer na atualidade seria o habitante do campo de concentração, sem direito e sem dignidade.
É “alguém” que foi condenado por sua própria identidade, seja judeu, cigano, homossexual, entre outros. Este “alguém” sem nome, é levado às mais absurdas condições inumanas. Sua condenação se justifica apenas por não pertencer à “raça ariana”. O Homo Sacer – o indivíduo do campo de concentração -, está no limiar: entre o animal e o humano. Sua morte não caracteriza um homicídio, mas se configura como “apenas mais um corpo”, “apenas mais um cadáver”, sem dignidade e sem humanidade. Portanto, diante deste contexto, será possível compreender os conceitos que configuram a biopolítica de Giorgio Agamben, e a relevância de seu pensamento para a atualidade.