A Polícia Civil de Brusque, através da Delegacia de Proteção á Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), conclui um caso que investigava a suspeita do crime de estupro, cometido contra uma jovem de 16 anos, em março deste ano.
De acordo com as informações repassadas pelo delegado responsável pela especializada, Matusalém Júnior de Moraes Machado, concluiu-se que, na verdade, a adolescente confessou que inventou a denúncia de estupro porque chegaria tarde em casa e seus pais e avós brigariam com ela.
Entenda o caso
No dia 30 de março, por volta de 00h30, a Polícia Militar foi acionada para comparecer no Hospital Azambuja, pois uma jovem de 16 anos teria dado entrada no Hospital após ter sido vítima do crime de estupro, sendo que a vítima permaneceu internada e foi liberada no dia seguinte.
No dia imediato a Polícia Civil deu início as investigações para a identificação do autor do crime. De acordo com a vítima, ela teria sido raptada nas proximidades de uma escola no bairro Poço Fundo, após sair da aula. A jovem informou que foi colocada a força dentro de um veículo, e que o motorista a levou para a Rua Ponta Russa, onde teria sido violentada sexualmente. Após, o homem teria a abandonado nas Rua Poço Fundo, onde a vítima se dirigiu até a casa de uma amiga e pediu por socorro, informando que teria sido estuprada.
A adolescente passou por avaliação psicológica e confirmou toda a dinâmica do crime.
De posse das informações repassadas pela vítima, a Polícia Civil passou a analisar diversas imagens de câmeras existentes nos pontos em que o criminoso teria passado com a vítima. Contudo, em nenhuma das câmeras era possível visualizar um veículo com as características descritas pela vítima, embora houvessem outros semelhantes. Prosseguindo com a investigação, obteve-se a informação de que a adolescente teria ido embora da escola de carona com um amigo, com quem se relacionava, e mais outra colega.
Identificados, os colegas da suposta vítima confirmaram que estiveram com a adolescente naquela noite, inclusive por todo o período de tempo em que a suposta vítima disse estar sob o poder do criminoso que a teria estuprado. Análises nos celulares dos amigos da jovem confirmaram a versão apresentadas por eles, e que não condiziam com a versão da então vítima.
Diante do exposto, a adolescente foi chamada para prestar esclarecimentos na Delegacia junto de sua mãe, e confessou que inventou a denúncia de estupro porque chegaria tarde em casa e seus pais e avós brigariam com ela.
A jovem responderá pela falsa comunicação de crime na forma estabelecida pelo ECA.
A Polícia Civil informa que tais atitudes, além de criminosas, prejudicam as verdadeiras vítimas de crimes, pois houve grande movimentação do Poder Público durante a investigação (Polícia Civil, Polícia Militar, IGP, SAVS, Ministério Público e Poder Judiciário), sendo que o trabalho de tais instituições poderia ser dedicado àqueles que realmente necessitam do serviço público.