A Graf Livraria completa 87 anos em 2021. As primeiras operações começaram em 1934. O empresário Eleutério Graf contou ao Jornal da Diplomata que o pai, Alvino Graf, conciliou a profissão de tipografia para montar na época a “A Livraria e Papelaria Helios”.
A primeira sede ficava localizada onde hoje se encontra o Edifício Centenário em Brusque.
Em 1946, iniciou-se a construção do prédio em a Graf Livraria manteve a sequência das atividades até os dias atuais, na Avenida Cônsul Carlos Renaux.
Para Telo Graf, o empreendimento sobreviveu em meio aos grandes momentos de crises mundiais, como a Segunda Grande Guerra e avançou pelas décadas seguintes com o desafio de acompanhar os surgimentos das tecnologias.
O diferencial é a fidelização dos clientes.
“Algumas gerações passaram pela loja, isso para nós é um reconhecimento”, frisou Telo.
A história da Graf se entrelinha também com o desenvolvimento do município de Brusque. Um dos desafios foi acompanhar a pujança do maior polo têxtil de Santa Catarina, com o crescimento das três grandes centenárias: Fábrica Renaux, Industrial Schlosser e Buettner. Outros segmentos e empresas, como Supermercados Archer, a oferta de materiais escolares em grande escala, públicas e privadas, levaram à Graf ao desempenho máximo, para dar conta da demanda de materiais como: blocos, notas ficais, material escolar e material para escritório.
“Acho que muita gente recorda deste tempo, tinham que vir para o Centro realizar compras, inclusive pessoas de cidades da região”, frisou.
O empresário Telo Graf revelou a história dos 87 anos da livraria trouxe à tona um antigo anseio, compartilhado com amigos que lutam pela preservação da memória cultural do município.
Telo é um apaixonado pela preservação de arquivos históricos. Uma de suas ricas coleções são publicações do jornal O Rebate. Em uma delas, cita a chegada da “Livraria Helios” em 3 de fevereiro de 1934. Muitas edições do semanário foram preservadas, sob os cuidados de Telo Graf e Ayres Gevaerd.
Ambos trabalharam na comparação dos acervos e reuniram duas coleções que já estão encadernadas. Uma se encontra com o empresário Telo Graf e outra colocada à exposição na Casa de Brusque, instituto em que Ayres foi um dos fundadores.
Em torno de 1.470 edições deverão ser digitalizadas.
“É quase um sonho, pois o jornal fez parte da nossa vida durante muitos anos”, destacou.
Telo conta que a tipográfica da época utilizada para produção do jornal era a mesma utilizada por Johannes Gutenberg, considerado o Pai da Imprensa.
“Eram tipos móveis, fundido chumbo com antimônio e juntava letras por letra e que gerava uma chapa que seria impressa depois – totalmente manual”, explicou.
Apaixonado por cultura, Telo expandiu o hall de atuação, além da venda de artigos literários e educacionais. Antes do início da pandemia da Covid-19, foi inaugurado o Espaço Graf, uma sala ampla voltada para apresentações artísticas, exposições, cursos e aberto para troca de experiências culturais.
“Geramos um espaço que foi bastante utilizado pré-pandemia, geramos muitos eventos que foram memoráveis; ainda não sabemos como ficará o ato de reunir pessoas, estamos tomando este cuidado”, disse.
As portas da Graf também se abriram para as modernidades digitais, desde artigos que incentivam a leitura, desenho e arte em geral.
Telo não escondeu sua paixão por fotografia. Desde a inauguração do Espaço Graf, em parceria como fotógrafo Luís Teixeira, muitos ensaios e portfólios foram gerados durante as apresentações.
A Graf acompanhou a nova era compartilhamentos digitais, renovando o perfil da livraria.
“Eu diria que é uma empresa jovem, costumo dizer que a única coisa velha lá dentro sou eu”, destacou Telo, em tom de brincadeira, como o bom humor que é peculiar.
Acompanhe a entrevista.