Caminha com celeridade o inquérito que investiga o caso envolvendo a morte de Rosangela Aparecida de Oliveira, 34 anos, no bairro Dom Joaquim. Desde as primeiras horas após o crime, que ocorreu pouco depois das 7h da manhã, a Polícia Civil de Brusque, através do delegado Matusalém Júnior de Morais Machado, já fez buscas, ouviu testemunhas, interrogou o principal suspeito – um homem que seria companheiro da vítima e que se encontra preso, mas que nega a autoria do esfaqueamento.
Ele foi encontrado pela Polícia Militar na casa dele, no bairro Souza Cruz, momentos após o crime.
De acordo com o delegado, o acusado foi, inicialmente, conduzido ao hospital, pois estava com a mão machucada, e depois foi levado à delegacia, onde foi realizado o Auto de Prisão em Flagrante. Após o crime contra a mulher, todo o trajeto percorrido pelo principal suspeito tem manchas de sangue, e, com base em diversas evidências, já é possível apontar a dinâmica do crime.
“O sujeito teria pulado o muro da casa da vítima e a porta da casa dela estava trancada. Ele quebrou e arrombou o para-brisa dianteiro e traseiro do carro dela para tentar achar a chave da casa dela, não encontrou, por isso ele arrombou a porta. Possivelmente ele usou uma faca da própria cozinha da casa da vítima, que estava dormindo, e, ao que tudo indica, ele a esfaqueou enquanto ela dormia”, explica.
Noite anterior
O delegado relatou que na noite anterior, a vítima estava em uma casa noturna com amigos, onde permaneceu até por volta das 4h desta quarta-feira. Eles saíram do local para comer, e depois a vítima voltou para casa. “Tem uma mensagem que ela enviou a um amigo, por volta de 5h10, dizendo: ‘apanhei do doido de novo’, provavelmente o suspeito a encontrou na mesma madrugada e a agrediu. Conversei com este amigo dela, que me afirmou estarem juntos na casa noturna na noite anterior. Eles não foram juntos, mas se encontraram lá, onde ela pediu ajuda para o amigo, dizendo ‘o fulano está me perseguindo, querendo vir atrás de mim, preciso que me ajude e fique perto de mim”, conta o delegado.
O acusado foi até o local e, mesmo na presença do amigo, ainda tentou se aproximar de Rosangela. “Segundo a testemunha, a última vez que o suspeito foi visto no local foi por volta de 4h20 da manhã, muito embriagado, comprando mais uma dose de whisky e depois foi embora”. O amigo acompanhou Rosangela até em casa, deixando-a em segurança.
Fogo na residência do acusado
Na madrugada, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender uma ocorrência de incêndio na residência do suspeito. Ele alega que a vítima teria colocado fogo, porém não há nenhuma prova que a coloque na cena do incêndio. “Quem disse isso foi o próprio suspeito. Ele teria dito enquanto estava no local que ela teria colocado fogo na casa dele, mas, não tem nada que aponte isso, até porque as testemunhas dizem que ela estava na casa noturna, até determinada hora e depois voltou para casa. Não há testemunhas que a viram na casa dele, onde pegou fogo, mas tem testemunhas que a viram outro local. Só que no depoimento dele na delegacia disse outra versão. Disse que estava em uma confraternização em São João Batista, chegou em casa e estava pegando fogo e ficou lá até ser preso”, complementa o delegado. “Ele disse que não viu a vítima ontem, que fazia tempo que não tinha contato com ela”, conclui.
Prisão
O detido já se encontra preso na Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque onde aguarda decisão judicial. Conforme o inquérito, ele já possuía antecedentes criminais por posse de drogas e violência contra mulher. O suspeito, além de ser indiciado pelo crime de homicídio qualificado pelo feminicídio, será indiciado por ter matado a vítima de uma forma que impossibilitou sua defesa, pois ela estava dormindo. O nome do acusado não pode ser divulgado devido a Lei de Abuso de Autoridade.