A polêmica do reservatório do Samae, no bairro Azambuja, foi destaque da sessão da Câmara de Vereadores. A sessão desta terça-feira, 10, teve a presença do diretor-presidente da autarquia, Dejair Machado, que respondeu questionamentos dos vereadores.
Moradores do entorno do reservatório estiveram presente na sessão e se mostraram irritados com as explicações dadas por Dejair. Gerson Antônio Khnis, que apresentou denúncia ao Ministério Público, fez críticas durante a sessão e após o fim do espaço destinado ao presidente do Samae.
“Todas as perguntas do reservatório ele fugiu, o que a gente queria saber não trouxe nada de novo, induzindo ao erro’, comentou Khinis.
Durante a sessão, Dejair e o morador Gerson trocaram farpas.
Em entrevista à imprensa, o diretor-presidente da autarquia garantiu a segurança da obra.
“Nós não íamos ser irresponsáveis de fazer uma obra que pudesse colocar em risco a população. Trouxemos informações técnicas no ramo da engenharia, não são ilações, não traríamos uma coisa que não esteja comprovada”, afirmou Dejair.
A celeuma que envolve o reservatório começou nas redes sociais, por vídeos gravados pelos moradores do local, que se tornou público e chegou à imprensa. Com a notoriedade do problema, o assunto foi comentado em sessões anteriores do poder legislativo. O vereador Claudemir Duarte, o Tuta, fez o requerimento para Dejair Machado estivesse presente na sessão.
“Alguns reservatórios são largos e não muito altos, no entanto, aquele reservatório (da rua Azambuja), não é largo e tem altura de um prédio de três andares e o questionamento é que não foi reforçado a base para uma estrutura pesada; se estamos falando de 500 mil litros, são 500 mil quilos. Eu entendo, na minha singela opinião, que teria que ser levado em consideração”, destacou Tuta.
O caso do reservatório teve outros episódios, que envolve o laudo da Defesa Civil, apresentado pela autarquia como base.
“O laudo da Defesa Civil recomenda que a gente comece com 40%, depois 80% e depois complete com 100% e durante esse tempo verificar se há algum tipo de erosão, de movimentação; nós vamos seguir, é um critério de segurança máxima[W1] . Enquanto não houver um embasamento que aquilo está colocando a população em risco é claro que a ciência tem que estar em primeiro lugar” disse Dejair.
Sobre o laudo, o morador Gerson Khnis disse que o documento é tendencioso.
“É mentiroso, omisso e tendencioso, precisam fazer o estudo de impacto de vizinha que não foi feito; estão olhando de cima pra baixo; eles identificaram uma torre de celular como sendo o reservatório, eu tenho tudo documentado, com parecer da Agir – que não foi falado na reunião. A hora que isso cair e matar gente inocente a culpa não vai ser dele, vai ser da chuva, infelizmente é isso que vai acontecer”, disparou o morador.
Como forma de dar continuidade no assunto, a Câmara vai criar uma comissão legislativa para acompanhar o caso.
“A preocupação da comunidade é válida e essa comissão vai analisar todas as tratativas que tiveram com os órgãos competentes para ver se procede essa preocupação”, destacou Tuta.
Entenda: No local, havia um reservatório de 30 mil litros, existente há 25 anos, que foi substituído pelo novo de 500 mil litros, em meados de outubro de 2019.
A previsão de operação do novo reservatório ficou para 2020, o que passou a gerar preocupações na comunidade próxima por conta da base estrutural.