Uma atividade de lazer unida a uma causa solidária. Assim pode ser definida a primeira edição da Cãominhada, um projeto realizado pelo Núcleo de Agropecuárias e Pet Shops da Associação Empresarial de Brusque (ACIBr), que reuniu mais de 300 pessoas na manhã de 9 de junho. Já na última quinta-feira, 27, no hall de entrada do Centro Empresarial, foi doado o resultado deste expressivo volume de inscrição: mais de uma tonelada de ração para gatos e cachorros, destinada para quatro entidades de proteção animal com sede em Brusque e Guabiruba.
“A Cãominhada foi um sucesso. Uma oportunidade para que o tutor possa passear com o seu cachorro, que também precisa sair de casa para ter o equilíbrio do corpo e mente. Tem muita gente que pensa que não tem problema confinar o animal em casa, mas ele precisa ter esta vida ao ar livre”, comenta o vice-coordenador do Núcleo, José Antônio Gesser.
Segundo o integrante do Núcleo de Agropecuárias, Felipe LangaroGandin, a ideia de aliar uma causa social ao evento foi bem aceita pelos organizadores, até porque existem entidades de proteção animal que dependem do apoio comunitário para a manutenção do serviço. “As pessoas também aprovaram esta possibilidade de ajudar e foram vendidas todas as camisetas. A intenção é que o evento se repita mais uma vez ainda este ano”, afirma Felipe.
Sem direcionamento na escolha das entidades, a divisão da ração aconteceu conforme a quantidade de gatos e cachorros acolhidos em cada instituição. O Núcleo de Agropecuárias inclusive informa que caso existam outras iniciativas desta natureza, que também se beneficiariam com a doação de ração, podem entrar em contato com a ACIBr e se cadastrar para as próximas edições do evento.
“As ONGs são importantes porque trabalham de forma bastante intensa para ajudar esses animais que são abandonados em grandes números. Alguns ficam acolhidos em casas de voluntários. Outros, em local próprio. Por isso é tão necessário se envolver e colaborar”, completa o vice-coordenador do Núcleo, José Antônio Gesser.
Entre as entidades de proteção estava a Associação Regional de Bem-Estar Animal (Arba), representada pelo voluntário Cesar Rubik. Com sede alugada na região do Moura, a instituição acolhe cerca de 60 cachorros e depende de doações para o funcionamento. “A minha esposa e eu começamos a ajudar o fundador há alguns meses. Ele é aposentado, vive apenas com um salário mínimo. Mas é uma pessoa muito boa, que merece este apoio da comunidade”, afirma Cesar, que comemorou o volume de rações que vai alimentar os animais acolhidos pelos próximos dias.
Eder Leite é fundador da ONG Protetores de Animais Independentes de Brusque (Paib), que ficou mais conhecido após seu canil, em um sítio da Rua São Pedro, ser incendiado no ano passado. Agora a entidade mantém sede própria em Botuverá, onde vivem cerca de 100 cachorros. E, na casa de Eder, no bairro Limeira, estão mais 10. “Não gosto de pedir lar temporário para as pessoas. Prefiro levar na clínica veterinária e depois ficar cuidando até encontrar um dono. Com a doação recebida hoje já consigo respirar um pouco”, diz ele, que é brusquense e precisou abandonar o ofício de servente de pedreiro há dois anos para se dedicar aos animais abandonados.
Kelly Cristine Stricker é presidente da Pata, a ONG de cuidado e defesa animal em Guabiruba, fundada há quatro anos. Além de acolher gatos e cachorros abandonados, os voluntários também fazem um trabalho de conscientização nas escolas e nas redes sociais. Chegaram, inclusive, a instalar placas pelo município, incentivando à adoção. “Encontramos animais pelas ruas que estão debilitados, são vítimas de atropelamentos ou maus-tratos. Fazemos então apelo para encontrar lares temporários ou alguém que adote de forma permanente”, explica Kelly.
Moacir Giraldi foi o representante da Acapra, que completou recentemente 20 anos de atuação em Brusque. “Quero parabenizar o Núcleo pelo evento que disponibilizou esta doação para as ONGs que tanto precisam de ajuda. Hoje a Acapra passa por uma transição, com a eleição de nova diretoria, mas mantém seu trabalho em busca de lares temporários e no projeto de castração”, destaca.