Nos últimos anos o Brasil e Santa Catarina vivem uma escalada na violência com aumentos de diversos delitos e a luta das forças de segurança pública contra o crime organizado. Mas, para surpresa de todos a maior demanda de trabalho da Polícia Militar vem da própria população “cidadão comum”, incomodado com o barulho gerado pelos vizinhos.
Em 2017das cerca de 904 mil ligações atendidas pelos agentes no Estado, 129.857 (14,36% do total) eram para restabelecer o sossego de moradores nos mais diversos tipos de reclamações como som alto, barulho reproduzidos por animais, eventos com acumulo de pessoas e outros.
Especialistas em segurança acreditam que outros chamados mais graves poderiam ser atendidos no Estado caso houvesse mais diálogo entre os moradores, já que a PM trabalha não só com a repressão de crimes, mas também com a prevenção.
Outro fato que traz transtornos para corporação policial é que mesmo no seu direito, os denunciantes na maioria dos casos são querem ser identificados, temendo represália por parte do “barulhento”.
Na cidade de Brusque não foi diferente a demanda para o atendimento de Perturbação do Trabalho e Sossego Alheio nos dois últimos anos. Em 2017 foram 923 atendimentos, em 2018: 1192.
Segundo o Major Heintje Heerdt, subcomandante da Polícia Militar de Brusque, o cidadão está em seu direito acionar a PM, mas, outra dificuldade é que muitos não querem de identificar para não criar atrito com o vizinho denunciado, fato que também prejudica o trabalho dos policiais.
Comportamento humano
O aumento do individualismo e a diminuição do respeito entre os cidadãos em cidades cada vez mais populosas e com circulação de pessoas são dois dos principais gatilhos que justificariam a dificuldade do bem relacionamento humano.
O professor doutor José Francisco dos Santos (Zezinho), graduado em Filosofia pela Unifebe, Especialista em Fundamentos da Educação pela FURB, Mestre e Doutor em Filosofia pela PUC/SP e docente das Faculdades São Luiz e da Unifebe, também apresentou sua visão sobre esse comportamento.